JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A analgesia promovida pela infusão peridural de anestésico local com analgésicos opióides é reconhecidamente de boa qualidade e com poucos efeitos adversos. O objetivo deste estudo foi determinar o número, formas e gravidade das complicações pós-operatórias relacionadas à analgesia peridural e à inserção do cateter peridural. MÉTODO: Foram avaliados, retrospectivamente, 469 pacientes submetidos à analgesia peridural pós-operatória entre 18/10/1999 e 18/10/2001. A analgesia peridural foi conduzida usando-se solução de bupivacaína a 0,1% com fentanil (1 a 5 µg.ml-1), iniciando-se a infusão de 3 ml.h-1. A velocidade de infusão era ajustada de acordo com a queixa álgica do paciente. Foram analisadas as seguintes variáveis: a duração da infusão peridural; a ocorrência de efeitos adversos e complicações, relacionando-os aos dados demográficos, tipo de cirurgia e posição do cateter peridural; e a qualidade da analgesia obtida com a técnica (escala analógico-visual de dor e índice de satisfação do paciente). RESULTADOS: Os cateteres peridurais permaneceram implantados uma média de 2,2 dias, variando de 6 horas a 10 dias, e o índice global de complicações relacionadas à técnica foi de 46,3%, sendo que a maioria foi de pequena magnitude, sem repercussão clínica. Destas, 13,9% estavam relacionadas diretamente ao cateter peridural (desconexão, exteriorização, dor lombar, inflamação e infecção local). Outras complicações mais comumente encontradas foram vômitos e retenção urinária. A analgesia pós-operatória foi efetiva com 97,2% dos pacientes referindo satisfação com a técnica. Pacientes sem dor ou com dor leve, no primeiro, segundo e terceiro dias de pós-operatório, constituíram, respectivamente, 80,1%, 92,8% e 93,3% da população estudada. CONCLUSÕES: A analgesia peridural contínua é efetiva e segura. As complicações ocorridas não foram consideradas graves. Todavia, não se pode dispensar rigorosa vigilância a fim de se obter analgesia satisfatória e diminuir as complicações.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Epidural analgesia with local anesthetics and opioids has a reputation of high efficacy with low incidence of side effects. This study aimed at determining incidence, type and severity of postoperative complications related to epidural analgesia and catheter insertion. METHODS: Participated in this retrospective study 469 patients submitted to postoperative epidural analgesia in the period 10/18/99 to 10/18/01. Epidural analgesia was induced with 0.1% bupivacaine and fentanyl (1 to 5 µg.mL-1), at a 3 mL.h-1 rate. Infusion rate was adjusted according to patients' pain complaint. The following variables were evaluated: epidural infusion duration; incidence of side-effects and complications related to demographics, type of surgery and epidural catheter position; and quality of analgesia by means of a pain visual analog scale and a patients' satisfaction index. RESULTS: Epidural catheters remained in place 2.2 days in average, varying from 6 to 10 days. Global rate of technique-related complications was 46.3%, most of them minor complications without clinical repercussion. From these, 13.9% were directly related to the epidural catheter (disconnection, externalization, low back pain, inflammation and local infection). Other common complications were vomiting and urinary retention. Postoperative analgesia was effective in 97.2% of the patients which referred satisfaction with the technique. Patients without pain or slight pain during the first, second and third postoperative day represented 80.1%, 92.8% and 93.3%, respectively, of the studied population. CONCLUSIONS: Continuous epidural analgesia is effective and safe. Complications were not severe. However, strict vigilance is mandatory to achieve satisfactory analgesia and a low incidence of complications.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La analgesia promovida por la infusión peridural de anestésico local con analgésicos opioides es reconocidamente de buena calidad y con pocos efectos adversos. El objetivo de este estudio fue determinar el número, formas y gravedad de las complicaciones pós-operatorias relacionadas a la analgesia peridural y a la inserción del catéter peridural. MÉTODO: Fueron evaluados, retrospectivamente, 469 pacientes sometidos a la analgesia peridural pós-operatoria entre 18/10/1999 y 18/10/2001. La analgesia peridural fue conducida usándose solución de bupivacaína 0,1% con fentanil (1 a 5 µg.ml-1), iniciándose la infusión a 3 ml.h-1. La velocidad de infusión era ajustada de acuerdo con la queja álgica del paciente. Fueron analizadas las siguientes variables: la duración de la infusión peridural; la ocurrencia de efectos adversos y complicaciones, relacionándolos a los datos demográficos, tipo de cirugía y posición del catéter peridural; y la calidad de la analgesia obtenida con la técnica (escala analógico-visual de dolor e índice de satisfacción del paciente). RESULTADOS: Los catéteres peridurales permanecieron implantados por una media de 2,2 días, variando de 6 horas a 10 días, y el índice global de complicaciones relacionadas a la técnica fue de 46,3%, siendo que la mayoría fue de pequeña magnitud, sin repercusión clínica. De estas, 13,9% estaban relacionadas directamente al catéter peridural (desconección, exteriorización, dolor lumbar, inflamación e infección local). Otras complicaciones más comunes fueron encontradas: vómitos y retención urinaria. La analgesia pós-operatoria fue efectiva con 97,2% de los pacientes refiriendo satisfacción con la técnica. Pacientes sin dolor o con dolor leve, en el primero, segundo y tercero días de pós-operatorio, constituyeron, respectivamente, 80,1%, 92,8% y 93,3% de la población estudiada. CONCLUSIONES: La analgesia peridural continua es efectiva y segura. Las complicaciones ocurridas no fueron consideradas graves. Todavía, no se puede dispensar rigurosa vigilancia a fin de obtenerse analgesia satisfactoria y diminuir las complicaciones.